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“Que palavras deseja ouvir?”, “Que tipo de pessoa você é?”, “Por que?”, “O que quer que as pessoas vejam em seu reflexo?”; perguntas que continuam a ressoar cada vez mais alto, perguntas que corro desesperadamente atrás, questões que desisti de resolver e quero que as o mundo diga para mim!

“Você gosta de mim?”, “Me acha bonita?”, bobagens! Um mundo todo construído por respostas dessas perguntas, por milhares e bilhares de respostas, acumuladas em 20 anos, que são descartadas como lixo com apenas uma contradição de uma pessoa cuja forma é distorcida e esquecida. E tudo começa novamente, como um eterno e cansativo questionário. Esperando que apareça alguém que possa resolver essas questões por mim, que preencha o vazio da minha imagem que não alcanço, que ignora meu perdão que já se esqueceu como é se sentir completa.

E com isso, minhas palavras surtem apenas metade do efeito, minha imagem aparece cortada em qualquer espelho, minha emoção nunca se completa, nunca se torna em seu total digna e respeitada. Pobre desta metade, que busca eternamente algo que possa preencher esse vazio que há ao seu lado. Mesmo que ame alguém, nunca se sentirá preenchida, mesmo que essa pessoa te abrace, ainda não sentirá a outra metade, mesmo que poemas de amor sejam declamados, apenas metade dele emocionará.

Saia! Corra! Alcance! Antes que aquela pessoa se vá. O relógio está tão velho e retardatário, já passou o tempo de recuperar minha imagem, que chora sozinha, que será o que realmente sustentará esse mundo que se encontra em colapso, que busca por respostas e nunca chega a lugar algum. Quero me completar, e para de apenas ver um a pegada no chão cortado. Quero ver um par de pés, antes de correr aos braços daquela pessoa, antes que nós passemos a subir aquela escadaria juntos. Quero a minha outra parte, para poder abraça-lo mais forte, quero meu lado esquerdo, para que eu possa me levantar sem aquela velha muleta, quero voltar a ter aquele orgulho, antes de poder olhar novamente para aqueles olhos.

 

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